Table of Contents Table of Contents
Previous Page  2342 / 2428 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 2342 / 2428 Next Page
Page Background

2342

EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

A escola pensa na infância e nas crianças numa pers-

pectiva de preparo para o futuro, no sentido assegurado do

vir a ser, o futuro para o qual a escola acreditar ser necessá-

rio preparar as crianças é fossilizado, na expectativa de que a

criança seja o que se foi, seja o que se sabe, como se as coi-

sas mais importantes estivessem por vir – um vir previsível,

predeterminado, predefinido. Parafraseando Freire (1996)

poderíamos dizer que a escola quer dar forma àqueles que

ela julga ser incapaz, indecisos, acomodados, incapazes. Os

professores estão apoiados nesses princípios, seja por suas

experiências vividas como educandos ou nos processos for-

mativos pelo qual passaram. Esta é a educação do oprimido

(FREIRE, 2005).

Educar de forma emancipatória exige que sejamos

emancipados e isso ainda é uma conquista que precisa ser

alcançada.

Quem ensina sem emancipar, embrutece. E quem

emancipa não tem que se preocupar com aquilo

que o emancipador deve aprender. […] Ele saberá

que pode aprender porque a mesma inteligência

está em ação em todas as produções humanas, que

um homem sempre pode compreender a palavra

de um outro homem. (RANCIÈRE, 2010, p. 37).

A perspectiva pedagógica que se compõe pelo apren-

dizado linear e transmissivo não consegue emancipar a

criança e não permite a ela o exercício de idas e vindas, ou

seja, circular, em que vivo/aprendo/vivo. Não permite, além

disso, o exercício de liberdade na busca pelo que faz sentido

e na construção de aprendizagens apoiadas em experiências

vividas. O mestre, ou a pedagogia emancipadora, conside-

ram que o aluno/criança “possa ver tudo por ele mesmo,

comparando incessantemente e sempre respondendo à trí-

plice questão: o que vês? O que pensas disso? O que fazes

com isso? E, assim, até o infinito.” (RANCIÈRE, 2010, p. 44).

A relação de autonomia entre aprendizagem e verifi-

cação, é vista, muitas vezes, como sendo algo que a crian-

ça não alcança. Nesse momento entra em jogo o aspecto