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EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
A escola pensa na infância e nas crianças numa pers-
pectiva de preparo para o futuro, no sentido assegurado do
vir a ser, o futuro para o qual a escola acreditar ser necessá-
rio preparar as crianças é fossilizado, na expectativa de que a
criança seja o que se foi, seja o que se sabe, como se as coi-
sas mais importantes estivessem por vir – um vir previsível,
predeterminado, predefinido. Parafraseando Freire (1996)
poderíamos dizer que a escola quer dar forma àqueles que
ela julga ser incapaz, indecisos, acomodados, incapazes. Os
professores estão apoiados nesses princípios, seja por suas
experiências vividas como educandos ou nos processos for-
mativos pelo qual passaram. Esta é a educação do oprimido
(FREIRE, 2005).
Educar de forma emancipatória exige que sejamos
emancipados e isso ainda é uma conquista que precisa ser
alcançada.
Quem ensina sem emancipar, embrutece. E quem
emancipa não tem que se preocupar com aquilo
que o emancipador deve aprender. […] Ele saberá
que pode aprender porque a mesma inteligência
está em ação em todas as produções humanas, que
um homem sempre pode compreender a palavra
de um outro homem. (RANCIÈRE, 2010, p. 37).
A perspectiva pedagógica que se compõe pelo apren-
dizado linear e transmissivo não consegue emancipar a
criança e não permite a ela o exercício de idas e vindas, ou
seja, circular, em que vivo/aprendo/vivo. Não permite, além
disso, o exercício de liberdade na busca pelo que faz sentido
e na construção de aprendizagens apoiadas em experiências
vividas. O mestre, ou a pedagogia emancipadora, conside-
ram que o aluno/criança “possa ver tudo por ele mesmo,
comparando incessantemente e sempre respondendo à trí-
plice questão: o que vês? O que pensas disso? O que fazes
com isso? E, assim, até o infinito.” (RANCIÈRE, 2010, p. 44).
A relação de autonomia entre aprendizagem e verifi-
cação, é vista, muitas vezes, como sendo algo que a crian-
ça não alcança. Nesse momento entra em jogo o aspecto