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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS

segundo se expressam narradores e personagens.

[...] De outro lado, dá margem à manifestação do

mundo infantil, que se aloja melhor na fantasia, e

não na sociedade, opção que sugere uma resposta

à marginalização a que o meio empurra a criança

(Ibidem, p. 67).

Sim, as histórias infantis trazem em si uma dimensão

ideológica, social e histórica, conforme o período em que

são criadas, contendo valores, conflitos, ideias existentes de

acordo com cada época e cultura. Não se trata de não ler

e dialogar sobre as histórias dos mais diferentes autores,

mas de trabalhar no sentido de, a partir delas, as crianças

poderem dizer a sua palavra, manifestando a sua leitura de

mundo e os seus sonhos de inéditos viáveis, como tão bela-

mente nos propôs o educador Paulo Freire.

Tendo em vista que proporcionar à criança contato

com as histórias infantis é respeitá-la como ser humano e

como leitora, é interessante reforçarmos a importância des-

tas como um recurso para a motivação e iniciação da leitura

da palavra e do mundo.

Freire (2001) afirma que, mesmo depois de alfabeti-

zados, os indivíduos não deixam de “ler” o mundo ao seu

redor. Para que uma leitura seja realmente compreendida, é

preciso estabelecer relações com a realidade, pois a apren-

dizagem da linguagem escrita se dá a nível profundo, não

somente no nível de memorização de palavras ou de textos.

Nesse sentido, as histórias infantis podem despertar emo-

ções, posicionamentos e ações para buscar alternativas para

modificar o seu ambiente.

Conforme Craidy & Silva (2001, p. 69) apontam, na in-

fância, percebemos que:

Não eram apenas os textos que prendiam nossa

atenção: o tom de voz de quem contava a histó-

ria (enchendo de vida a personagem), o local onde

nos instalávamos (a cama quentinha, o sofá, uma

almofada macia), a chance de ouvirmos novamente

as partes (ou histórias) que mais gostávamos eram

elementos que nos cativavam, que faziam-nos de-

sejar ouvir mais (2001, p. 69).