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EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
a qual ainda é, uma realidade presente em muitas escolas no
mundo, infelizmente o Brasil não foge a essa regra. Nesse
sentido, Freire (2017), propõe romper com a concepção de
educação bancária vigente que é promotora de ações em
que ocorrem,
[...] o ato de depositar, de transferir, de transmitir
valores e conhecimentos, não se verifica nem pode
verificar-se esta superação. Pelo contrário, refletin-
do a sociedade opressora, sendo dimensão da “cul-
tura do silêncio”, a “educação” “bancária” mantém
e estimula a contradição. (FREIRE, 2017, p. 82, grifos
do autor).
A denúncia realizada por Freire (2017), acerca de uma
educação bancária, nos possibilita a reflexão de como ela se
materializa no cotidiano da Educação Infantil, onde é possí-
vel traçarmos este cenário. Nela o educador assume o prota-
gonismo do processo de ensino e de aprendizagem, ele é o
sujeito que: educa, sabe, pensa, diz a palavra, disciplina, opta
e prescreve sua opção, atua, escolhe o conteúdo programá-
tico, nega a liberdade e impõe aos educandos a condição
de meros objetos do processo, que são vistos como seres
da adaptação, do ajustamento, que são exercitados para ar-
mazenarem os depósitos de conteúdos que são realizados.
Na concepção bancária, as crianças da Educação Infan-
til tornam-se alvo do adestramento de seus corpos e de suas
mentes, sendo-lhes inculcadas a docilidade, a mansidão e a
subserviência, sendo assim, “[...] tanto menos desenvolverão
em si a consciência de que resultaria a sua inserção no mun-
do, como transformadores dele. Como sujeitos”. (FREIRE,
2017, p. 83). São negadas as necessidades das crianças de
se movimentarem, de brincarem, de se expressarem, de dia-
logarem, de relatarem as suas considerações sobre aquilo
que acontece em seu entorno que lhes provoca alegria, sa-
tisfação, segurança, conquista, descoberta ou medo, aflição,
tristeza, ansiedade, desesperança, insegurança e incertezas.
Voltamo-nos novamente à atuação das educadoras
na perspectiva de uma educação bancária, que imobiliza e