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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS

enclausura as crianças em nome do apregoamento de um

ensino propedêutico para o Ensino Fundamental que muitas

vezes restringe a vivência plena da infância ao conhecimen-

to do mundo das letras e dos números, descolando assim,

o processo de ensino e de aprendizagem dos contextos so-

ciais e culturais aos quais as crianças encontram-se enchar-

cadas pelas experiências que fazem parte de seu cotidiano,

impedindo-as de realizarem as suas leituras de mundo com

a proposição de práticas pedagógicas, muitas vezes ditadas

pelo próprio sistema de ensino, que desconsidera as espe-

cificidades e necessidades peculiares desta etapa de desen-

volvimento humano.

O objetivo do processo educativo encontra-se restrito à

preparação dessas crianças para o Ensino Fundamental. Des-

sa forma, por meio da educação bancária, os educandos esta-

rão em processo preparatório constante para atuarem numa

sociedade produtiva e consumidora, lançando no mercado

“produtos” que se destacam pelo individualismo, pela poli-

valência, pela produtividade, pela pró-atividade, pela polifle-

xibilidade e pela competitividade, moldando-os aos altos pa-

drões de exigência do mercado capitalista que é responsável

pela apreensão da subjetividade dos educandos.

Freire (2006), afirma que a educação precisa promover

a autonomia dos educandos, consistindo num princípio edu-

cativo central e promotor da participação social, entretanto

temendo a forma como a lógica mercadológica, pudesse vir

a se apropriar deste princípio, vindo a distorcê-lo em torno

de seus interesses próprios, ele constrói a seguinte crítica,

É nesse sentido que reinsisto em que formar é

muito mais do que puramente treinar o educando

no desempenho de destrezas, e por que não dizer

também da quase obstinação com que falo do meu

interesse por tudo o que diz respeito aos homens

e às mulheres, assunto de que saio e a que volto

com o gosto de quem a ele se dá pela primeira vez.

Daí a crítica permanentemente presente em mim à

malvadeza neoliberal, ao cinismo de sua ideologia

fatalista e a sua recusa inflexível ao sonho e à uto-

pia. (FREIRE, 2006, p. 14)