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EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
para expressar através da fala seus pensamentos, opiniões,
experiências vivenciadas e suas formas de compreender o
mundo.
A proposta de educação problematizadora que apon-
ta Freire (2003) remete à construção de ambientes educa-
cionais infantis em que as crianças tornam-se sujeitos ativos,
capazes de conscientização e de estabelecer diálogos críti-
cos, adotando ações para a transformação.
Assim, a escola supera uma compreensão de educa-
ção bancária que por muito tempo esteve enraizada no coti-
diano das instituições em que a criança era concebida como
uma “tábua rasa”, um sujeito a “vir a ser”, oprimido, em mui-
tas situações pela própria escola. Assim, a escola rompe com
a cultura do silêncio (FREIRE, 1992), construindo sua história
e refazendo o mundo.
Contudo, é possível concluir que as rodas de conver-
sa são imperativas na educação infantil, pois este período
de formação da linguagem, favorecem o aprimoramento de
suas habilidades de fala e comunicação. Além disso, são prá-
ticas em que as crianças expressam sentimentos, opiniões,
curiosidades, inquietações e apresentam sua forma de ver e
pensar o mundo, pois, segundo Freire (1992) uma das tare-
fas da educação e da Pedagogia da Esperança
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é possibilitar
o desenvolvimento da linguagem como caminho da inven-
ção da cidadania.
Constatou-se que as rodas de conversa no cotidiano
das instituições de educação infantil são práticas necessá-
rias que possuem um caráter problematizador. Sendo assim,
essa proposta de educação também é libertadora, pois va-
loriza as crianças como sujeitos capazes de realizar reflexões
acerca do mundo, de ensinar, aprender, dialogar e construir
conhecimentos através das linguagens dos envolvidos no
processo. Possibilita ainda, a formação humana da criança,
que por muito tempo na história da educação brasileira foi
oprimida, dando-a a liberdade de dialogar numa perspecti-
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Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. É
um livro escrito com raiva, com amor sem o que não há esperança (FREIRE,
1992).