XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS
No entanto, a criança é um sujeito histórico, que está
vivendo num tempo, numa classe social e num contexto so-
cial. Ela não pode ser ponderada como uma cidadã que virá
a ser futuramente, mas que está construindo a sua história.
O lugar da criança é social, e ela tem uma ação política a
desempenhar na escola, na vida e na sociedade.
Nas rodas de conversa, as crianças adquirem conheci-
mentos através de conversas diálogos e discussões em um
processo de reflexão contínuo (BARBOSA; HORN, 2008).Ao
assumir essa concepção, a escola assume práticas signifi-
cativas, garantindo os direitos das crianças. Neste proces-
so, passa a ser ouvida e participa das tomadas de decisões.
Além disso, essas práticas importantes favorecem a apren-
dizagem do diálogo, da reflexividade e também do saber
ouvir o que o outro tem a contribuir.
No que se refere à atividade dialógica, Freire (2003)
destaca que não podem dar-se fora do contexto do pro-
cesso de ensinar e aprender: o amor, a criticidade e a es-
perança. Para o autor, sem eles, é inapropriado que se
estabeleçam relações dialógicas na escola comprometida
com a transformação do mundo. A esperança e o amor são
necessidades oncológicas na luta pela libertação da opres-
são e na transformação social.Sem amor não há esperança
(FREIRE, 1992).
O exercício do diálogo nas rodas de conversa promo-
ve o desenvolvimento da linguagem na criança de até cinco
anos de idade, período em que está em constante matura-
ção. Além do mais, essa prática desenvolve a criticidade, a
argumentação e a formação da dialogicidade. Bombassaro
(2010), destaca que a roda de conversa é um conteúdo-lin-
guagem que deve ser aprendido tanto pelas crianças quan-
to pelos seus professores e que tem estruturas e regras de
funcionamento.
Segundo Freire (2003), a relação dialógica está dire-
tamente vinculada à fala, o pensamento e à ação, às práti-
cas sociais. Diante disso, a prática do diálogo na educação
infantil é um momento em que a criança tem a liberdade