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EIXO 2 – PAULO FREIRE: MEMÓRIA, REGISTRO, IDENTIDADE E ACERVO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Freire (2002, p. 95), “[...] movo-me na esperança enquanto
luto e, se luto com esperança, espero [...]”, não de forma
ilusória, pacífica e receptora, mas com a disposição de sa-
ber debater proposições e reconstruí-las permanentemente
conforme as necessidades, por meio da geração de uma re-
flexividade que provém do outro (nem sempre disponível),
pois, “[...] não há o diálogo verdadeiro se não há nos seus
sujeitos um pensar verdadeiro”. A capacidade de diálogo é
a abertura ao olhar do outro, à inquietação e à curiosidade
de aprender e evoluir com o outro, indo além da uniformiza-
ção, de experiências de exclusão social ou homogeneização
das consciências, “porque os sujeitos dialógicos não apenas
conservam sua identidade, mas a defendem e assim cres-
cem um com o outro. O diálogo, por isso mesmo, não nivela,
não reduz um ao outro. Nem é favor que um faz ao outro”
(FREIRE, 2003, p. 118).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O exílio marcou profundamente a vida e as reflexões
pedagógicas de Paulo Freire, por meio de inquietações e in-
certezas, desenvolvendo sua crítica contra regimes totalitá-
rios que assolavam o Brasil, contra a identificação cega pelo
coletivo, o poder dominador de manipular e homogeneizar
as massas e a favor de uma consciência verdadeira. Para su-
perar as questões desagregadoras e os tempos sombrios da
sociedade (marcados pela dor e injustiça), é preciso man-
ter-se aberto, com todos os sentidos, todos os sentimentos,
para as influências e contradições sociais, para o discurso
alheio, livre e plural. Por isso, Freire aposta que a educação
é meio de conduzir o ser humano à emancipação coletiva,
que demanda a compreensão da significação profunda da
palavra na
práxis
social e pela unidade entre prática e teoria
à educação transformadora, orientada no sentido da liberta-
ção. Este movimento do pensar o exílio torna-se um ato hu-
manamente revolucionário (a favor da vida) e de luta contra
a violência e práticas de neutralidade, porque reconheceu
os fatos que foram apagados pela tradição cultural que des-