XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 13 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO, SAÚDE E CIDADANIA
Como educador preciso de ir “lendo” cada vez me-
lhor a leitura do mundo que os grupos popula-
res com quem trabalham, fazem de seu contexto
imediato e do maior de que o seu é parte. O que
quero dizer é o seguinte: não posso de maneira
alguma, nas minhas relações político-pedagógicas
com os grupos populares, desconsiderar seu saber
de experiência feito. Sua explicação do mundo de
que faz parte a compreensão de sua própria pre-
sença no mundo. E isso tudo vem explicitado ou
sugerido ou escondido no que chamo “leitura do
mundo” que precede sempre a “leitura da palavra“
(FREIRE, 2000, p.38).
A intervenção consiste em trabalhar com um grupo
de estudantes, mais especificamente do 8° ano, como eles
podem participam das decisões escolares e de que maneira
essa participação pode ser mais efetiva, muitas vezes eles
não participam por desinteresse e sim por não saberem
como atuarem, falta as vezes que sejam instigados a terem
voz e vez na tomada de decisões, atuando nos conselhos em
que sua presença seja indispensável. Um processo de gestão
que construa coletivamente um projeto político pedagógico
tem já, na sua raiz, a potência de transformação.
Paulo Freire defende a necessidade de haver no contex-
to atual da escola pública, uma proposta baseada no diálogo,
fazendo com que os envolvidos no processo educativo sin-
tam-se parte do todo no que tange a participação e as toma-
das de decisões no cotiado escolar, rompendo com práticas
autoritárias que ainda tem resquícios na escola propondo aos
estudantes uma reflexão quanto ao seu papel na instituição.
Educar significa correr riscos, nada é estável, está sem-
pre em mudança, havendo necessidade de participar de cur-
sos, formações, novas leituras, opinando sobre novas ideias
e velhos ideais.
Todo esse movimento de ir e vir de pensar e repensar,
tudo válido na tentativa de produzir uma educação de qua-
lidade, digo, não produzir, mas de construir essa escola que
tanto se almeja, até o homem muda é inacabado e não pode
suster-se numa educação estagnada, como diz Freire: