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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

2067

EIXO 13 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO, SAÚDE E CIDADANIA

ao redor das gerações com uma ideologia que destrói a uto-

pia, tornando a educação como puramente científica.

A saúde atingiu a tal grau de especialidade e tecnolo-

gização que o conhecimento científico sobrepõe os demais

componentes da atividade dos profissionais das diferentes

áreas. Paixão (2017) comenta, criticamente, que na área da

saúde “estamos tão especializados a ponto do ‘especialista

para o dedo mínimo do pé direito quase não ser o mesmo

que atende ao pé esquerdo’, tantas são as alternativas de

especialidades”. Tal ideologia acaba destruindo sonhos e

consequentemente esperanças, como Freire alertou ao lon-

go de toda a sua obra.

O educador advertia:

A matriz da esperança é a mesma da educabilidade

do ser humano: o inacabamento de seu ser de que

se tornou consciente. Seria uma agressiva contradi-

ção se, inacabado e consciente do inacabamento,

o ser humano não se inserisse num permanente

processo de esperançosa busca. Este processo é a

educação. (FREIRE, 2002, p.51).

Estar em contato com a realidade da população e com

seus saberes ainda é algo extremamente difícil em nossos

currículos da formação dos recursos humanos em educa-

ção, para a saúde e as demais áreas profissionais. Zitkoski

(2017) é mais contundente ao argumentar que, falamos em

universalidade, equidade e na importância da interdiscipli-

naridade, porém, permanecemos com dificuldades de dialo-

gar com as demais áreas do conhecimento e com os outros

saberes, formando-nos sob um perfil que ele chama de “ig-

norante especializado”.

A educação libertadora trazida por Freire acredita e

incentiva todas as pessoas a comportarem-se como edu-

cadores-educandos e educandos-educadores, praticando

uma didática libertadora, co-participativa, humanizada e

problematizadora. Assim, o professor não reproduz o que

lhe foi passado e transfere saberes seus como únicos, e sim,

utiliza uma prática mais ampla, na qual o estudante troca