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EIXO 13 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO, SAÚDE E CIDADANIA
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Epistemologicamente, o objeto inerente à cidadania
no cenário sociocoletivo, abrange uma gama de assuntos e
esses atingem bifurcações. Assim, usufruir o direito à cida-
dania é sinônimo de participação social ativa e comprometi-
da, caso contrário tal será apenas um desdobramento futuro
que o sujeito contemporâneo não terá a oportunidade de
desfrutar. Em função disso, a liberdade como uma prática de
direitos e deveres do homem, pode ser considerada um me-
canismo para a emancipação do pensamento humano, uma
autonomia do ser, que nos eleva de simples indivíduos para
verdadeiros cidadãos de um circulo sociocultural. A análise
do fenômeno cidadania sob esse prisma levanta questões
defronte aos formatos rígidos e conservadores ao qual uma
população encara seu papel na sociedade.
“A democratização da cultura”, disse certa vez um
desses anônimos mestres analfabetos, “tem de partir
do que somos e do que fazemos como povo. Não
do que pensem e queiram alguns para nós.” Além
desses debates a propósito da cultura e de sua de-
mocratização, analisava-se o funcionamento de um
Círculo de Cultura, seu sentido dinâmico, a força
criadora do diálogo, o aclaramento das consciências
(...) Só assim a alfabetização cobra sentido. É a con-
seqüência de uma reflexão que o homem começa a
fazer sobre sua própria capacidade de refletir. Sobre
sua posição no mundo. Sobre o mundo mesmo. So-
bre seu trabalho. Sobre seu poder de transformar o
mundo. Sobre o encontro das consciências. Reflexão
sobre a própria alfabetização, que deixa assim de ser
algo externo ao homem, para ser dele mesmo. Para
sair de dentro de si, em relação com o mundo, como
uma criação (FREIRE, 2014, p. 180).
A obra “Pedagogia do Oprimido” tornou-se para mui-
tos educadores à base do legado de Paulo Freire à socieda-
de. Indivíduos desfavorecidos nos âmbitos cultural, social,
econômico e educacional só poderão libertar-se da escu-
ridão opressora através da efetiva prática dialética. Assim,
o movimento ideológico introduz a educação como prática
integradora e popular, independente da classe econômica,