XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 2 – PAULO FREIRE:
MEMÓRIA,
REGISTRO, IDENTIDADE E ACERVO
gura-se, então, em uma revisão bibliográfica que se destina
a provocar a curiosidade e o desejo de estudantes. pesqui-
sadores e pesquisadoras não apenas de Administração mas
das diversas áreas do conhecimento a utilizarem a teoria
freireana em seus estudos.
PAULO FREIRE NOS ESTUDOS ORGANIZACIONAIS
Os Estudos Organizacionais (EOs) tratam da tentativa
de entender o mundo social que nós habitamos (STABLEIN,
1999), tendo suas origens com as transformações geradas
com o capitalismo industrial em meados do século XIX. O
surgimento das grandes organizações e a complexidade da
atividade foram responsáveis pela ascensão do “estado ad-
ministrativo”, que “simbolizou um novo modo de organiza-
ção da sociedade, em que a natureza humana foi transfor-
mada pela organização racional e científica” (REED, 1999). A
partir desse contexto, as organizações vêm se tornado obje-
to de pesquisas tanto teóricas quanto práticas.
Com o objetivo de contribuir para o fortalecimento da
consciência crítica nos EOs, Lovison e Camara (2008) escre-
veram um ensaio no qual argumentaram que a pedagogia
freireana, baseada na dialogicidade, no desenvolvimento
de uma consciência reflexivo-crítica e num que-fazer soli-
dário, pode transformar o modo de agir-pensar-viver nas
organizações. De acordo com os autores, todas as esferas
da vida humana associada estão submetidas aos interesses
dominantes no contexto da sociedade capitalista contem-
porânea. Esta relação de opressão tende a “estigmatizar o
vínculo entre as organizações de variadas naturezas e os su-
jeitos que - empregados ou desempregados – nelas atuam
ou a elas se reportam” (LOVISON; CAMARA, 2008, p.1).
Ao realizarem a apropriação das ideias de Paulo Freire
para os EOs, Lovison e Camara (2008) assumiram o com-
promisso com o saber libertador, que parte da realidade do
oprimido e vai sendo construído dialogicamente em direção
à transformação da realidade. Segundo os autores,