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EIXO 2 – PAULO FREIRE: MEMÓRIA, REGISTRO, IDENTIDADE E ACERVO

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

ção [Freire] foi para o Chile trabalhar com Jacques Chonchol,

um dos idealizadores da reforma agrária, onde permaneceu

durante quatro anos e meio.

No Chile Paulo Freire trabalhou na formulação do Pla-

no de Educação em Massa e como professor da Universi-

dade Católica de Santiago, além de ser consultor especial

da UNESCO, dedicando-se, principalmente, ao trabalho de

formação de adultos camponeses. Questão essa, que contri-

buiu para que o Chile recebesse uma distinção da UNESCO,

por ser um dos países que ficou mais próximo da erradica-

ção do analfabetismo (GADOTTI, 1989).

Logo após a equipe chilena ter assumido os trabalhos,

Freire virou cidadão do e com o mundo. Sendo que, em

1969 foi convidado a trabalhar na Universidade de Harvard,

em Massachusetts, porém, temendo em perder o contato

com o concreticidade da realidade social e só operar com

livros, permaneceu na Universidade somente por seis me-

ses. Posteriormente, foi para Genebra onde, foi consultor do

Conselho Mundial das Igrejas e conselheiro mundial educa-

cional de governos de Terceiro Mundo.

Em Genebra, junto com outros brasileiros, em 1970

fundou o Instituto de Ação cultural (IDAC), o qual presta-

va assessoria para os diversos Movimentos Populares, tais

como: operários dos sindicatos italianos; movimentos femi-

nistas da Suíça; alfabetização de adultos da Guiné Bissau;

atividades em outras nações africanas,na Nicarágua e Amé-

rica Central.

Por quanto, no Brasil, em 1967, o governo militar criou

o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) que

mencionava se embasar no pensamento de Paulo Freire,

usando as fichas de leitura propostas pelo educador, no en-

tanto não se dedicava ao processo de ensino-aprendizagem

por meio da problematização da realidade e alando uma

possível consciência social. No dia 8 de agosto de 1979, Frei-

re vem ao Brasil para uma visita de um mês, voltando para

Genebra. Já em março de 1980, em meio a uma condição

política diferenciada de 1964 em nosso país, Freire retorna