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1898

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

dologicamente, o trabalho resultou de uma etapa do proje-

to de pesquisa de pós-doutoramento de Sandro de Castro

Pitano na UNISINOS, que busca identificar os autores, auto-

ras, pessoas, instituições, experiências e correntes de pensa-

mento presentes na obra de Paulo Freire, e, no qual, houve

nossa participação. Para o desenvolvimento deste trabalho

ocorreu uma pesquisa de cunho bibliográfico reflexivo. Para

tanto, recorremos aos escritos de Saul (2016) Saul e Gioverdi

(2015), Nascimento (2015), Grynszpan e Dezemone (2007)

e Saviani (2008) para compreender o contexto histórico em

que os autores estavam inseridos. A aproximação de Freire

com o Julião deu-se em um contexto histórico de engaja-

mento político de ambos em prol dos sujeitos menos favo-

recidos da sociedade, em especial os sujeitos do campo. As

décadas de 1950 e 1960 são de grande instabilidade política

no Brasil e no exterior. Após o termino da Segunda Guer-

ra Mundial e a derrotada do Eixo, e consequentemente do

nazismo, a configuração geopolítica se modifica e o mun-

do se viu dividido entre dois modelos político-econômicos

opostos: o capitalismo, tendo como principal representante

os Estados Unidos da América (EUA), e o socialismo, sen-

do a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) seu

principal representante. No Brasil, intelectuais, comunistas e

outros grupos de esquerda foram perseguidos e precisaram

atuar na clandestinidade por um longo período temporal,

por isso redes de educação clandestinas foram fundamen-

tais para a sobrevivência dos mesmos, assim como a resis-

tência através da prática militante através dos movimentos

sociais. As Ligas Camponesas, por exemplo, foram muito

importantes nesse contexto histórico. Estas foram organiza-

ções de camponeses originadas no nordeste brasileiro, mais

precisamente em Pernambuco, e que lutaram pela Reforma

Agrária e pelo fim do “Cambão”, uma forma de “trabalho

não remunerado que, durante um determinado número de

dias por ano, o camponês prestava ao senhor” e que “pas-

sou a ser visto como um problema quando os proprietários

começaram a cobrar mais dias, intensificando a exploração