XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
e da necessidade de mulheres e homens educarem-se com
base no respeito à diversidade para que então se construa
uma sociedade mais igualitária. Nesse sentido, a contribui-
ção de Paulo Freire está no fato de que educadoras e edu-
cadores coerentes pensam, não no sentido de considerar
que o que pensam é uma verdade absoluta e inquestioná-
vel, mas sim no exercício da prática de desafiar educandas e
educandos a produzir outras visões sobre o que vem sendo
comunicado e que donas (os) de sua autonomia entendam-
-se como sujeitos históricos e sociais.
Diante da situação observada pela professora na sala
de aula, planejou-se para as aulas um trabalho com uma
canção de
Rap
e um texto de apoio que abordava o conceito
de feminismo e uma breve contextualização histórica sobre
o movimento feminista. A canção escolhida foi a obra intitu-
lada “Respeita as Mina” de autoria de Kell Smith que aborda
a liberdade feminina, situações vivenciadas pelas mulheres e
o feminismo atualmente. Após a leitura conjunta do texto de
apoio, escuta da música e análise da letra, o grupo reuniu-
-se em uma roda de conversa para discutir e dialogar sobre
as temáticas presentes na canção e sobre possibilidades de
modificar essas realidades.
Nos relatos dessa etapa, analisou-se uma participação
mais efetiva das educandas que relataram que a violência
está presente nos padrões de roupas ditas adequadas, nos
comportamentos aceitos como corretos; de muitos homens
não saberes respeitar o “não”; no processo de inferioriza-
ção das mulheres; nas agressões físicas e psicológicas. Além
disso, alguns depoimentos das educandas sinalizaram que
essas situações são frequentes dentro da escola e muitas ve-
zes consideradas normais. Nesse sentido, Katia Pupo (2007)
sinaliza que a os espaços escolares refletem o sexismo pre-
sente nas sociedades e acabam reproduzindo continua-
mente estruturas que reforçam a opressão e a construção
de identidades sexuais de meninas e meninos, nas quais as
meninas devem obedecer a padrões pré-determinados de-
legando a elas condições de subalternidade.