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EIXO 2 – PAULO FREIRE: MEMÓRIA, REGISTRO, IDENTIDADE E ACERVO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
nou na Educação Popular foi a da Prefeitura, não foi
a do Estado. O estado não é nada. O Estado tinha
muitas teorias e muito bolo. Nós, imediatamente, ao
assumirmos, em janeiro de 64, formamos uma equi-
pe, em março nós já tínhamos selecionado todo o
pessoal de monitoria, fizemos um levantamento do
universo vocabular na vila São José. E quem abriu
o nosso curso de monitores, em 30 de março, foi
o Prof. Fiori. E aí nos juntamos a eles no Instituto.
Mas antes, na formação do Instituto a gente já es-
tava junto. E aí houve uma divisãozinha, até que nós
assumimos a prefeitura. Aí, em março, depois que
nós fizemos uma pesquisa nas vilas, uma pesquisa
de resultado maravilhoso, o trabalho era incrível. A
gente tomou conta de uma área da prefeitura, e os
‘barnabés’ não estavam entendendo nada,.. (GAMA,
1995 In: ANDREOLA, 1995, p. 225).
Em janeiro de 1964, Paulo Freire retorna a Porto Alegre,
pois, “naquela época o Paulo de Tarso, antes de sair (como
ministro da Educação), tinha feito um acordo com o pessoal
da Polônia, e conseguiu resolver o grande problema do Go-
verno então, que era ter projetores para o projeto de Educa-
ção Popular” (GAMA, 1995 In: ANDREOLA, 1995, p.227). De-
vido a este fato, havia uma certa disputa entre a Prefeitura e
o Estado para ver quem iria liderar a instrumentalização da
Educação de Base e saber quem ficaria com os projetores.
Então, Hélio Gama (1995 In: ANDREOLA, 1995, p. 227), relata:
E aí o Sambaqui veio ao RS e juntamente veio o
Paulo Freire. Então fizemos uma manobra incrível
para tentar convencer o Paulo Freire que o nosso
trabalho era bem feito. E fizemos uma manobra tal,
que quando estávamos no aeroporto, nos enfiamos
no avião e, de repente, estávamos eu, a Dona Elsa,
o Paulo Freire, o Ministro, o Prefeito e o Ministro da
Marinha. E aí eu fiquei conversando com o Paulo
Freire o tempo todo. E a Dona Elsa, que era uma
pessoa fantástica, de certo achou que era muito
mais interessante eu, um guri, do que um velho que
ela conhecia já dali, fazer as coisas. E numa dessas
coisas que eu não sei explicar, todo mundo voltou,
foram embora, e eu falei com o Prefeito também. O
Sereno falou com o Sambaqui.