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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

CONTRIBUIÇÕES DE PAULO FREIRE PARA SE PENSAR

SOBRE O ENSINO MÉDIO BRASILEIRO

Diante do que já foi apresentado neste artigo, ins-

ta-nos pensar a partir de Paulo Freire alternativas de mu-

danças ao Ensino Médio brasileiro, que leve em conta uma

formação humanizadora, crítica, construtiva e alentadora do

diálogo e da emancipação dos sujeitos envolvidos no pro-

cesso de ensino-aprendizagem. Isso urge necessário pelo

fato de vivermos numa sociedade, num mundo que exige

pessoas qualificadas não só cognitivamente, mas acima de

tudo capacitadas em viver e conviver socialmente com o ou-

tro e em diálogo constante com as mais distintas realidades

e compreensões da historicidade humana.

Quiçá, perguntariam por que Paulo Freire? De ime-

diato, pode-se dizer que além de Patrono da Educação se

deve ao fato de o mesmo ter sido alguém que nos deixou

exemplos incontestáveis em prol do ensino, não só do pon-

to de vista do método, mas pelo caráter democrático de se

realizar o processo de ensino-aprendizagem. Como ele pró-

prio dizia: não basta saber ler que Eva viu a uva, sobretudo

importa saber igualmente qual é o papel que Eva ocupa no

seu contexto social. Em saber quem trabalha para produzir

a uva e quem lucra com o resultado desse trabalho. Con-

tanto, a denominada Reforma do Ensino Médio atual parece

desconsiderar essas possibilidades de compreensão e cons-

trução do conhecimento, fazendo dos educandos meros

depósitos do conhecimento, de alguém que os impõem a

saber sobre determinadas coisas, menosprezando o caráter

reflexivo que a educação exige para um aprendizado signifi-

cativo e autônomo. Para Paulo Freire:

Na visão “bancária” da educação, o “saber” é uma

doação dos que se julgam sábios aos que se julgam

nada saber. Doação que se funda numa das mani-

festações instrumentais da ideologia da opressão –

a absolutização da ignorância, que constitui o que

chamamos de alienação da ignorância, segundo a

qual esta se encontra no outro. (FREIRE, p. 81, 2014).