XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
1643
EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
forma como o sujeito sente, age e media os espaços implica
nas ações que se constroem e se efetivam.
As experiências metodológicas marcam pelo seu con-
teúdo subjetivo, muitas vezes, não há palavras, mas a men-
sagem expressa pelos gestos. No grupo de Estudos que reu-
nimos mensalmente identificamos que um diálogo pedagó-
gico pressupõe dialogar com as pessoas e as ciências por-
que não pensamos do mesmo modo. Segundo Freire (1987,
p. 45) “é o encontro em que se solidariza o refletir e o agir
de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado
e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar
ideias de um sujeito no outro”, assim, o diálogo favorece a
construção de conceitos que possam ser entendidos e aos
poucos consensuados. Ao mesmo que é uma metodologia
o diálogo é também, uma estratégia de convivência huma-
na que se alicerça na confiança. Muitas situações de dificul-
dades são resolvidas pela possibilidade de dialogar através
de intenções reais. Assim o agir está aliado às palavras que
digo, ou seja, o que falo gera confiança e segurança porque
está conectado diretamente com o que faço.
Há formas de manifestação que expressam mais do
que palavras, são as dinâmicas que se colocam entre os que
ensinam e aprendem. Há muitos diálogos que se manifestam
pelo gesto. Mas também, muitos diálogos são silenciados
em função das atitudes de controle. Na educação bancária,
por exemplo, se sobrepõe o caráter narrativo de ensinar, do
transmitir os ensinamentos, ou seja, professor determina o
que o aluno deve fazer, tratando como ser vazio, destituído
de vivências, saberes e desta forma, são sobrecarregados de
conteúdos prontos. Como aponta Freire (2008), esta serve
como um instrumento legitimador de uma composição de
poder econômico e político para manutenção de uma estru-
tura de dominação.
A educação dialógica, contrariamente a educação
bancária, implica o professor reconhecer seu aluno como
sujeito capaz de ensinar e de aprender e, desta forma, di-
mensiona uma educação emancipatória, problematizadora,