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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
Dialogar requer a postura de uma relação horizontal,
em que há disponibilidade para refletir e expressar o que se
pensa, não é um simples encontro com a troca de palavras.
São falas, palavras que vêm da razão, têm uma razão e que
implica o outro, assim como as palavras que, proferidas pelo
outro serão internalizadas e, farão parte da reflexão, caracte-
rizando a razão, a motivação do diálogo. Pressupõe pensar
nas palavras, refletir situações e o sentido que tem. É uma
relação recíproca do pensar e do materializar o pensamento.
Segundo Vasconcelos e Brito (2006, p. 73) “é pelo diálogo
que os homens se aproximam uns dos outros, desarmados
de qualquer preconceito ou atitude de ostentação.” Neste
sentido, o diálogo é a materialização do pensamento e a
busca por ampliar a ideia, compreendê-la melhor, ou de ou-
tra forma, com o subsídio de outro sujeito.
O diálogo pode ser compreendido de diferentes for-
mas, contudo, é imprescindível que, ele implique no pensa-
mento, na inquietação, na reflexão do sujeito. Esta postu-
ra favorece emancipar-se, assumindo a condição de sujei-
to que se reconhece como alguém capaz de mudar o que
está a sua volta visando o bem comum. Tornar-se cidadão
consciente do seu agir pela reflexão das vivências do dia a
dia, partilhando suas ideias com o outro. Assim, “o diálogo
é este encontro dos homens, mediatizados pelo mundo, por
pronunciá-lo, não se esgotando, portanto na relação eu-tu”
(FREIRE 1987, p. 45). Aceitar e perceber o potencial daqueles
com quem dialoga é ter a humildade de acolhê-los acredi-
tando que são capazes de caminhar junto para fazer e refa-
zer-se constantemente.
O homem dialógico é aquele que cria e recria na criti-
cidade com o poder de fazer e de transformar para renascer,
para constituir-se na luta pela sua libertação. Se o diálogo é
o encontro dos homens para ser mais, não pode desfazer-se
na desesperança. Se os sujeitos do diálogo nada esperam do
seu que fazer, já não pode haver diálogo (FREIRE, 1987). As-
sim, a educação requer esperança e abertura para o diálogo
para potencializar a indignação e a mudança. Deste modo, a