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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
de um freio que, no momento mesmo que a consciência
crítica for despertada, será desativado.
Neste sentido, o pensar-fazer em Educação Física bus-
cando desativar o freio da educação conservadora, tornou-
-se o grande desafio do ensino, e de sua ação, o ato de en-
sinar. Uma vez que, mesmo estando incluídos no cenário de
uma educação bancária, compreendemos que “[...] ensinar
não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades
para a sua própria produção ou a sua construção.” (FREIRE,
2015, p.47). No período da experiência, essas possibilidades
foram idealizadas e elaboradas durante o planejamento das
aulas, onde, o que estava em voga era responder a pergun-
ta: como trabalhar o conteúdo jogo, por exemplo, de modo
que considere a realidade de cada educando, para que seja,
com ele, construído o conhecimento mais elaborado sobre
o conteúdo? Esta pergunta permitiu a busca por elementos
do conhecimento em Educação Física, que instigasse a cons-
trução de um ensino problematizador, de um ensino crítico
que, em Educação Física escolar, pode ser entendido como
“[...] a apropriação ativa e consciente do conhecimento...”
(COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.17).
Para isto mesmo é que a prática educativa que nos
referimos, não foi qualquer prática, mas uma prática edu-
cativa que buscou dentro de seus limites e possibilidades,
superar a ideia de que na relação educador-educando, “[...]
o educador é o que educa; os educandos são os educados;”
(FREIRE, 1983, p.67). Esta ideia apresenta características de
uma educação conservadora que, segundo Paulo Freire, se
configura como uma concepção “bancária” de educação,
em que compete a ela o ato de depositar, de transferir co-
nhecimento, sendo o educando o seu depósito.
Contrario a este modelo de Educação Bancária existe
a Educação Progressista, que enxerga a relação educador-
-educando como algo dinâmico, que possibilita a constru-
ção do conhecimento no coletivo, com autenticidade, auto-
nomia e respeito. Tendo o mundo como mediatizador dos
sujeitos da educação e, a ação, como uma nova chance de