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EIXO 2 – PAULO FREIRE: MEMÓRIA, REGISTRO, IDENTIDADE E ACERVO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
ANÁLISE
Através das leituras e materiais encontrados, foi possí-
vel perceber que Paulo Freire pensou e desenvolveu os cír-
culos de cultura a partir do pensamento educacional que
teoricamente ele vinha propondo. Inicialmente realizado em
Angicos, a prática de alfabetização alcançou também o sul
do país, devido a seus resultados positivos. Uma vez no es-
tado do Rio Grande do Sul, o método foi concretizado a
partir dos contextos regionais.
Segundo periódicos encontrados no Acervo Digital da
Biblioteca Nacional
7
, Paulo Freire esteve presente no estado
no final da década de 1950 e início da década de 1960, em
função do programa de alfabetização que estava sendo pre-
parado para acontecer. As duas reportagens citadas abaixo
confirmam a mobilização do estado para acolher o método
de alfabetização, bem como sua programação para receber
também o próprio Paulo Freire.
O Jornal do Dia, em edição de 12 de maio de 1957
8
,
apresenta uma reportagem com o título “Seminário de edu-
cação de adultos: Formação de uma mentalidade de maior
iniciativa do indivíduo”, que comenta sobre um congresso
sobre a educação de adultos a ser realizado em Porto Ale-
gre. A iniciativa seria debater sobre o movimento que vinha
ocorrendo e sobre alguns dos resultados obtidos, no senti-
do de obter “um melhor aproveitamento da ideia”. O jornal
descreve a educação de adultos como um momento “que
não só o de inculcar conhecimentos, mas tornar os seus be-
neficiários aptos a desempenharem o seu papel como parte
ativa da sociedade”.
Outro periódico encontrado foi o Diário de Notícias,
que apresenta uma reportagem sobre o “Curso de Alfabe-
tização para adultos: método de 40 horas”, em 23 de junho
de 1963
9
. Esta reportagem comenta que Paulo Freire tinha
7
Todos os periódicos expostos neste texto estão disponíveis no site:
http:// bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/.8
Edição 3077, página 2.
9
Edição 98, página 6.