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EIXO 2 – PAULO FREIRE: MEMÓRIA, REGISTRO, IDENTIDADE E ACERVO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
diado pelos círculos de cultura, levasse em conta o universo
vocabular dos educandos tendo como ponto de partida a
realidade na qual eles se encontravam.
Entendendo o mundo ao seu redor, os educandos
eram gradualmente desafiados no que se refere às apren-
dizagens da leitura e escrita, bem como no que se refere ao
pensar crítico, através da problematização da sua realidade
e da busca por possibilidades de transformação. Os círculos
de cultura eram, então, uma nova concepção de educação,
considerada uma ação cultural para a liberdade (como indi-
ca, inclusive, o título de um dos livros de Freire), uma ação
que visa à transformação social.
Percebendo a importância deste programa de alfa-
betização, que percorreu também outros países, este texto
busca apresentar aspectos teóricos deste movimento. Além
disso, pretende fazer referência à presença de Paulo Freire
no Rio Grande do Sul, no período anterior ao exilio, princi-
palmente ao início dos anos 1960, pois este é o período no
qual o educador veio ao estado para ministrar cursos “sobre
seu método de alfabetização” segundo Andreola, Ghiggi e
Pauly (2011, p. 5)
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.
OBJETIVOS
Paulo Freire é um grande educador brasileiro que
buscou apresentar uma concepção de educação voltada à
atuação dos educandos na transformação da sociedade. To-
mando a educação como uma prática que deve ser cons-
cientizadora, Freire entendia como necessário partir dos co-
nhecimentos prévios dos educandos para, problematizan-
do-os, mediar a construção de novos conhecimentos. Sua
preocupação com a alfabetização de adultos o fez pensar
nos círculos de cultura, um movimento que se colocava a
favor da educação e dos saberes populares.
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Sabe-se que depois do exílio Freire também veio ao Rio Grande do Sul,
carregando os mesmos ideais, mas já não podendo ter exatamente o mes-
mo propósito.