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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 2 – PAULO FREIRE:

MEMÓRIA,

REGISTRO, IDENTIDADE E ACERVO

aguarda que o conhecimento seja depositado em si, sem

agir como sujeito que constrói a própria história.

Ao longo do livro, como em sua vida, Freire dedica

especial atenção aos oprimidos, a todos os que sofrem com

algum tipo de injustiça, especialmente no campo socioeco-

nômico. Freire defende a democratização da educação e a

superação da ideia de que ensinar seja transferir conteúdos.

Para ele, a educação deve provocar o pensamento crítico

ao ensinar e aprender, devendo respeitar o conhecimento

individual e a identidade cultural com que os estudantes

chegam à escola.

Ao relatar suas experiências de participação ativa no

Movimento de Cultura Popular, Freire explica que o grupo

responsável pela criação do Movimento tinha o sonho de

criar um serviço de natureza pedagógica “movido pelo gos-

to democrático de trabalhar

com

as classes populares, e não

sobre

elas, de trabalhar

com

elas e

para

elas” (2003, p. 148,

grifos do autor). A ideia era sonhar com a transformação da

sociedade brasileira e, mais do que isso, lutar por esse so-

nho. O grupo, assim, procurava compreender criticamente

o papel da cultura no processo de formação da sociedade

e na luta política necessária para realizar as transformações

esperadas.

Um relato importante feito por Freire a respeito do

Movimento de Cultura Popular refere-se às injustiças ocor-

ridas por meio da ditadura, onde foram acusados de arma-

zenar armas e uniformes de guerrilheiros na sede do movi-

mento, para a luta armada que supostamente preparavam.

Freire afirma, então, que as únicas armas que tinham à dis-

posição eram a certeza em torno das profundas injustiças

da sociedade brasileira, o empenho com que se entrega-

vam à luta democrática em defesa dos direitos humanos e

a compreensão do papel da cultura na transformação da

realidade.

Freire defende que o caminho para a transformação

no Brasil não é negar a liberdade com regimes de ditadura

ou governos intolerantes, mas que é preciso lutar democra-