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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT7: DIREITOS HUMANOS E DESIGUALDADES SOCIAIS
MAPEANDO NECROPOLÍTICA SOBRE
OS CORPOS NEGROS (E) LGBTs
Darlam do Nascimento
(Bacharelando em Políticas Públicas / UFRGS)
INTRODUÇÃO
Este trabalho visa debater a realização de
indicadores sociais (teoria, definição operacio-
nal dos indicadores propriamente ditos e obser-
vações/levantamento de dados) da necropolí-
tica, entendida como a máquina de matar que
no limiar entre a vida e a morte opera através do
massacre, máxima desse poder, que elevada ao
extremo produz uma cultura de morte (MBEMBE,
2011). Nesse sentido, a relevância deste trabalho
se mostra ao vislumbrarmos os assustadores nú-
meros evidenciados tanto pelo Mapa da Violên-
cia, que apresenta a grosso modo uma média de
83 mortes por violência letal no ano de 2010. Já
o GGB (Grupo Gay da Bahia), com o seu relató-
rio anual, nos apresenta um relatório que no ano
de 2017 evidencia uma morte de LGBT a cada 27
horas, colocando o Brasil no 1º lugar do Ranking
dos países que mais mata LGBTs, sem esquecer
que há indícios de subnotificação dos casos de
letalidade. O CLAM/UERJ (Centro Latino-America-
no em Sexualidade e Direitos Humanos) em suas
pesquisas por amostragem nas grandes cidades
da América Latina em Paradas Livres evidenciou
padrões nunca inferiores a 40% de alguma forma
de discriminação ou agressão sofrida por pessoas
entrevistadas. Ressalto que o objetivo deste traba-
lho não é fazer uma análise das violências em si,
mas de pensar como as estruturas de dominação