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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT7: DIREITOS HUMANOS E DESIGUALDADES SOCIAIS

MULHERES BRASILEIRAS ENCARCERADAS:

DO PECADO AO DESVIO

Cláudia Rosana de Freitas Dutra

(Graduanda em Saúde Coletiva/UFRGS)

RESUMO:

O presente estudo tem por objetivo in-

vestigar a construção cultural da figura da mulher

apenada, bem como, ater-se aos dados relativos

às mulheres encarceradas no Brasil segundo os úl-

timos dados do INFOPEN MULHERES 2016. Urge fa-

zer uma leitura com base na Criminologia Crítica

e Feminista. Temos por objetivo específico analisar

os dados do INFOPEN 2016 segundo gênero, raça

e classe. Seu método de abordagem é o deduti-

vo, pois envolve um encadeamento de raciocínios

do geral para o particular. Por método de proce-

dimento optou-se pelo histórico e bibliográfico,

constituindo-se primordialmente de livros e artigos.

Na primeira parte do estudo tratamos da constru-

ção do corpo feminino dentro da estrutura patriar-

cal eivada pela submissão, um corpo-objeto cuja

razão não lhe pertence. Na segunda parte da

pesquisa abordamos a construção da figura “out-

sider” feminina. Mulheres que não se submetiam

ao domínio masculino e que não correspondiam

ao ideal da conduta feminina. Por fim, sob a ótica

da Constituição Federal de 1988 e dos Direitos Hu-

manos analisamos os dados do INFOPENMULHERES

2016 em três categorias interseccionais: gênero,

raça e classe. É relevante a reflexão do tema pela

necessidade do cumprimento da Carta Magna e

do respeito à dignidade da mulher encarcerada.

Concluímos que a mulher foi subjugada a determi-

nadas tarefas do âmbito privado fruto da estrutura