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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT7: DIREITOS HUMANOS E DESIGUALDADES SOCIAIS
patriarcal; a mulher é percebida como reproduto-
ra e para a satisfação do seu marido. “Qualquer
relação de poder tem o corpo como centro, mas
esse centro, no corpo das mulheres, é de maneira
imediata e específica (PERROT, 2005, p.447). A figu-
ra da mulher desviada é vista no mito da criação
cristã na figura de Eva, nos textos judaicos como
Lilith, nas ditas bruxas do final da Idade Média e
ao longo da Idade Moderna, das loucas e prosti-
tutas. Verificamos segundo os dados pesquisados
que 62% da população carcerária total é negra.
50% das mulheres tem entre 18 e 29 anos. 62% das
mulheres são negras. 45% das mulheres possuem o
Ensino Fundamental Incompleto. 62% são solteiras.
62% das mulheres que estão presas é por tráfico
de drogas. 74% das mulheres apenadas tem filhos-
dentro do recinto insalubre e de grades, nascem
os filhos do cárcere. Grande parte dos filhos do
cárcere sofrem abandono e maus-tratos, forman-
do um círculo vicioso. 41% das mulheres encarce-
radas ficam mais de 4 anos até 8 anos privadas
da liberdade. Há 536 apenadas gestantes e 350
lactantes e apenas metade delas estão em ce-
las adequadas para sua condição de saúde. Se-
gundo o último levantamento há 42.355 mulheres
apenadas. Havendo um déficit de 15.326 vagas
em unidades prisionais. 45% das mulheres apenas
estão privadas de liberdade sem condenação.
Em 16 anos a população feminina encarcerada
aumentou em 656%. Os dados apontam para um
sistema penal punitivo seletivo na qual a popu-
lação pobre e negra é encarcerada em massa.
A grande massa carcerária feminina é constituí-
da por mulheres com baixa instrução escolar, na
maioria negras, pobres, mães, solteiras e jovens.
Segundo (GIORGI, 2006) as classes dominantes