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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT7: DIREITOS HUMANOS E DESIGUALDADES SOCIAIS
percebiam possibilidades de serem estimulados
a deixar o envolvimento com delitos, entretanto,
quando as condições institucionais de atendi-
mento eram melhores, realizadas em pequenos
grupos, como no caso das unidades femininas,
conseguia-se oferecer abordagens mais indivi-
dualizadas e humanizadas e, emergiram entre as
egressas percepções mais positivas sobre o perío-
do de internação como um momento que trouxe
contribuições para a vida futura das adolescentes
(EVANGELISTA, 2011).
Ao refletir-se sobre este entendimento dos
jovens em relação à medida socioeducativa e
relacionar às contribuições de Halbwachs (2003)
percebe-se que as marcas trazidas pela institucio-
nalização são sempre mediadas por experiências
dos grupos sociais os quais eles fazem parte e, es-
tas percepções são sempre referidas a partir do
sentido da coletividade, aos quadros sociais da
memória (HALBWACHS, 2003). Halbwachs (2011,
p. 59) ainda compreende que “a recordação de
certas lembranças não depende de nossa vonta-
de”, apesar desta estar presente também. “A lem-
brança está ali, fora de nós, talvez dispersa entre
muitos ambientes” (HALBWACHS, 2003, p. 59), ou
seja, o ambiente também influencia a lembrança.
“Se a reconhecemos quando reaparece inespe-
radamente, o que reconhecemos são as forças
que a fazem reaparecer e com as quais sempre
mantivemos contato“ (HALBWACHS, 2003, p. 59).
A memória é individual e coletiva e as lembranças
pessoais surgem em pontos de conexão entre as
diversas redes de solidariedade em que estamos
envolvidos. Ao pensar-se sobre a institucionaliza-
ção de jovens e o momento pós-institucionaliza-
ção, as experiências que permanecem, ou seja,