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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT7: DIREITOS HUMANOS E DESIGUALDADES SOCIAIS

da são tão incutidos em nossas crianças desde

cedo. Se persiste em se educar separando “coi-

sas de meninos” e ”coisas de meninas”, basta en-

trar em uma sala de aula e você verá meninos se

negando dar a mão para um colega na fila do

lanche ou comentários maldosos quando um de-

les decide brincar de boneca. Segundo Adiche

(2017, p. 21), “Ensine a ela que ‘papéis de gênero’

são totalmente absurdos. Nunca lhe diga para fa-

zer ou deixar de fazer alguma coisa ‘porque você

é menina’. ‘Porque você é menina’ nunca é razão

para nada.“.

A justificativa para que questões como es-

tas não sejam discutidas em sala de aula é que os

alunos são “folhas em branco” e podem ser doutri-

nados/manipulados/influenciados pelo os profes-

sores. Ou argumentos como “as crianças são mui-

to novas para isso” ou “vão influenciar/corromper

as crianças”, já que muitas vezes, a esta palavra

tem seu significado confundido com o de sexua-

lidade. Quando se fala que os alunos são “folhas

em branco” se ignora todas as vivências que os

mesmos tiveram até esse ponto, o aluno chega na

escola com algumas visões e questionamentos já

formados. Principalmente com a tecnologia atual,

o aluno se depara com notícias e informações a

todo momento, é exposto a várias opiniões e con-

teúdos de diferentes assuntos e pontos de vista.

Segundo Fernando Penna (2016),

o aluno não é uma folha em branco”

o objetivo não é comparar as capaci-

dades, seja entre os alunos, seja entre

alunos e professores, a ideia é afirmar

que os alunos não são incapazes, mui-

to pelo contrário: eles questionam o

que lhes é ensinado e tem seus pró-

prios interesses.