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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT7: DIREITOS HUMANOS E DESIGUALDADES SOCIAIS
Outra justificativa recorrente é que este não
é o papel da escola, que a mesma deve apenas
se resumir a ensinar os conteúdos essenciais e que
outras questões como moral, ética, entre outros
são função dos pais. Esquece-se, porém, que é
dentro da escola que as crianças vão se depa-
rando e até mesmo demonstrando alguns estereó-
tipos que já estão incutidos nelas desde cedo. É
neste local que escutamos frases como “meninas
não jogam futebol”, “meninos não brincam de bo-
neca, entre outras. Sendo assim, é um ótimo local
para que estes tabus sejam quebrados e discuti-
dos. Esquece-se que diálogo é a base de tudo, até
mesmo dentro de uma sala de aula, é nesse local
que a professora poderá fazer os alunos refletirem
sobre alguns pensamentos e até pensarem se isto
é realmente aquilo que eles concordam.
Para auxiliar temos, por exemplo, a Lei
10.639/03, esta prevê o ensino da cultura africa-
na indo além da escravidão, com enfoque em
outras questões como a participação dos ne-
gros na construção da sociedade brasileira, bem
como valorizando sua cultura e tradições. Agora
a questão se inverte, por que mesmo com a lei
aprovada, em muitas escolas, ainda se persiste
em contar a mesma história? Focar no negro ape-
nas como o escravizado? Seria isso uma forma de
novamente cessar a fala e questões identitárias?
É necessário que se converse e mostre em sala
de aula outras histórias, fugindo da história única
da escravidão, dialogar com Panteras Negras,
por exemplo, propor leitura de textos de autoras
falado sobre questões raciais. Demonstrar como
a questões raciais se deram durante o tempo,
mostrar como funciona o embranquecimento da
história, entre outros. É através disso que veremos