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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT7: DIREITOS HUMANOS E DESIGUALDADES SOCIAIS
naturalizar desigualdades, reforçar hierarquias de
gênero, raça e classe social, silenciar demandas
ou criminalizá-las. Paradoxalmente, como arenas
centrais das trocas simbólicas, os meios de comu-
nicação de massa também podem se constituir
em um universo de resistências e de lutas por reco-
nhecimento e afirmação coletivas.
Esse artigo não pretende abranger todo
o universo teórico das contribuições feministas e
tampouco as diversas correntes teóricas da ciên-
cia política que refletem sobre mídia e poder. Aqui
mobilizaremos algumas autoras e autores que nos
auxiliam em compreensões em torno das contradi-
ções e ambiguidades presentes no discurso jorna-
lístico. Os meios de comunicação tradicionais, que
estão no centro do campo jornalístico, tendem a
atuar na definição das controvérsias públicas a
partir de certos argumentos interpretativos social-
mente dominantes que organizam hierarquias dis-
cursivas de forma a torná-las universais em direção
a um certo consenso social. Dessa forma, esses dis-
cursos colaboram para definir o contexto dos con-
flitos e a delimitação do espaço da controvérsia.
Objetivos
O objetivo desse estudo é refletir sobre as
formas como determinadas narrativas são cons-
truídas e como podem impactar as posições si-
tuadas socialmente das/os sujeitas/os marcando
essas existências por estereótipos. Por meio da
observação interseccional pretendemos verificar
como valores definidos pela heterossexualidade
compulsória, pelas hierarquias de gênero, raça e
classe social e pelo poder econômico estão pre-
sentes nas narrativas jornalísticas e como podem
reforçar posições dominantes.