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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT7: DIREITOS HUMANOS E DESIGUALDADES SOCIAIS
GÊNERO E RAÇA: A
INTERSECCIONALIDADE COMO CERNE
DA COLONIALIDADE DO PODER
Rodrigo Weber da Fontoura
(Bolsista de Iniciação Científica
PPG Educação - Unisinos)
Carolina Schenatto da Rosa
(Doutoranda PPG Educação - Unisinos)
Neste trabalho pretendemos problematizar
a centralidade do gênero, em sua dimensão inter-
seccional, no processo de colonialidade do poder
e sua importância para a formulação do pensa-
mento de(s)colonial latino-americano; um exercí-
cio que exige, antes de mais nada, refletir sobre
as violências de gênero e de raça forjadas pelo
processo colonizador e por ele disseminadas em
diferentes continentes do globo. Iniciamos nossa
proposta problematizando a colonização do Bra-
sil e a consequente exploração da mão de obra
escrava, a partir da construção da noção de raça
abordada por Quijano (2014). Para o autor, a in-
venção e naturalização da “raça” é o centro do
padrão de poder colonial, uma vez que a hie-
rarquização das relações sociais que viabilizou o
sequestro e a exploração de milhões de índios e
africanos pautou-se nessa premissa. Nosso argu-
mento é que, apesar da centralidade da raça no
processo de colonização, essa noção foi construí-
da sobre e a partir da hierarquia de gênero, uma
herança europeia que perdura desde a chegada
dos espanhóis e portugueses nessas terras.
Compreendemos que a teoria de(s)colonial
pressupõe a implicação transversal entre as cate-