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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT7: DIREITOS HUMANOS E DESIGUALDADES SOCIAIS
meira metade no século XX, foram influenciados e,
poderíamos dizer, comandados pelos países cen-
trais da hegemonia capitalista com destaque aos
Estados Unidos da América. Houve a imposição de
seguir uma cartilha de apoio internacional que jus-
tificava as intervenções norte-americanas nas polí-
ticas e decisões internas dos países periféricos com
a bandeira de proteção da ‘liberdade’, o mesmo
lema dos direitos humanos.
As minorias e a classe trabalhadora diante
dos direitos civis são excluídas por inclusão, ou seja,
todos incluídos por serem cidadãos que possuem
os mesmos direitos civis de liberdade social, mas
excluídos dos processos de igualdade de condi-
ções. A luta pelos Direitos Humanos passa pelo
direito da igualdade socioeconômica. O sentido
emancipatório dos DH está na promoção de uma
transformação na base das estruturas sociais.
A Educação em Direitos Humanos busca
um espaço de atuação para transformação do
discurso institucionalizado que passa pela escola
(na maioria das vezes) e perpetua as condições
de oprimidos e opressores, naturalizando a situa-
ção de miséria da população como descompro-
misso e falta de desejo, visto que no ethos jurídico
todos são livres.
A prática de uma Educação em Direitos
Humanos defendida neste texto segue o princípio
da igualdade acima exposto e propõe uma prá-
tica escolar que não apenas reconheça o outro,
pois reconhecer não significa que há comunica-
ção entre os sujeitos, não garante o debate nem
mesmo o compromisso com o outro. Por meio de
uma educação de reconhecimento do outro sem
a comunicação, corremos o risco de desenvol-
ver uma educação da ‘tolerância’, ou em termos