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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT7: DIREITOS HUMANOS E DESIGUALDADES SOCIAIS
abrindo brechas para o desenvolvimento do capi-
talismo, que inevitavelmente restringe direitos da
humanidade para manter-se no seu propósito de
acumulação incessante.
Esse estudo propõe uma relação dos acon-
tecimentos e lutas de promoção dos Direitos Hu-
manos com a estruturação de uma economia
mundo capitalista que atinge todo o mundo e
encontra-se em um período de crise sistêmica.
Entendemos a Educação em Direitos Humanos
como uma possibilidade para o enfrentamento de
situações que fragilizam e até colocam em risco a
existência da humanidade.
Entendemos que a bandeira dos Direitos
Humanos carrega consigo lemas antagônicos no
campo de disputas. Por um lado, consolida-se a
liberdade do mercado e, por outro, possibilita-se a
luta pela liberdade e igualdade entre os homens.
Entretanto, tornar-se um indivíduo totalmente livre
não garante igualdade. O risco que se corre ao
universalizar os Direitos Humanos por meio da liber-
dade é apagar a dimensão da igualdade e da fra-
ternidade. Pela dimensão da liberdade, desenvol-
vem-se estratégias que justificam as intervenções
dos Estados centrais detentores do capital a man-
ter as relações interestatais que impedem as liber-
dades políticas dos países periféricos e o direito à
diferença, peça fundamental para o processo da
dimensão da igualdade. Analisando a liberdade
somente pela dimensão do mercado, elimina-se
o princípio da igualdade, pois no capitalismo his-
tórico a disputa por mercado na América Latina
se constituiu por um processo desigual desde sua
gênese e atendeu a uma agenda específica de
projeto de Estado. Os projetos estatais dos países
da América Latina, em especial do Brasil, na pri-