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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT5: REPRESENTAÇÃO POLÍTICA, JUVENTUDE E GÊNERO
outras múltiplas identidades sociais (gênero, se-
xual, nacionalidade, classe, etc.). E leva em conta
que essas identidades são descartáveis e podem
ser abandonadas.
As artes cênicas possuem uma grande in-
fluência no processo de desenvolvimento da iden-
tidade de uma criança ou adolescente. Através
da improvisação teatral, por exemplo e até da
execução de jogos teatrais menos elaborados,
podemos ver traços de expressividade nesses in-
divíduos que remetem muito à manifestação de
suas singularidades como sujeitos que pensam e
atuam no mundo, e no caso das crianças e ado-
lescentes negros, o que sentem em relação ao ra-
cismo, o medo de viver em áreas periféricas por
conta da violência e o desejo de um futuro com
mais vida e não apenas sobrevivência. Por isso a
metodologia dessa pesquisa consiste na experiên-
cia da exploração de diversos campos dentro das
Artes cênicas em relação a elementos da cultura
afrobrasileira e afrodiaspórica.
Nesse caminho a cultura do funk, de um
modo geral trouxe uma primeira aproximação
com as crianças e adolescentes pra que eu en-
tendesse que era, principalmente nesse campo
que eles se sentem mais à vontade de expressar
seu corpo, cênica e cotidianamente, seu canto
e seu modo de falar. Nesse âmbito, de entender
que a construção da identidade do sujeito negro
também se constitui a partir do corpo, pois é ali
que muitas vezes se manifesta a violência do racis-
mo como afirma Neusa Santos Souza (1990), expe-
rimentamos uma aproximação com o Passinho do
Funk e do Charme que são estilos de dança que
se afirmam dentro da cultura originária da perife-
ria. Postetriormente, o Maracatu, surgiu no desen-