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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT5: REPRESENTAÇÃO POLÍTICA, JUVENTUDE E GÊNERO
dinâmica de construção das listas partidárias e o
seu reflexo na representação política nacional.
Com base nas informações apresentadas
acima, o nosso objetivo é tentar entender a ques-
tão da paridade na representação política no
país. Trata-se de um trabalho descritivo, em que
tentaremos trazer para o debate algumas infor-
mações sobre as políticas criadas para fomentar
a participação paritária na representação políti-
ca e seus resultados práticos. A análise da reali-
dade das mulheres na política nacional será, com
base nos resultados das eleições legislativas que
elege os deputados nacionais. Apresentaremos
dados desde 1975 (ano das primeiras eleições no
país) até 2016 (ano das últimas eleições). Ademais,
vamos tecer nossas explicações com base nos es-
critos de Miguel e Biroli (2010), Costa (2010), Fraser
(2013), Monteiro (2009), Norris (2004), entre outros
autores relevantes.
Os dados analisados espelham que a por-
centagem das mulheres candidatas e eleitas fo-
ram aumentando ao longo do tempo. Relativa-
mente as candidatas, o número aumentou de
5,5% em 1975 para 37% em 2011. E, a taxa das
que conseguiram ascender ao Parlamento Nacio-
nal aumentou de 1,8 em 1975 para 19% em 2011.
Todavia, observa-se que a percentagem de mu-
lheres candidatas continua muito acima da per-
centagem de mulheres eleitas. E, de modo geral,
o resultado da nossa análise sugere que o sistema
eleitoral de lista fechada e o modelo de seleção
de candidatos existente no país fomentam a dis-
paridade de gênero entre homens e mulheres na
política representativa. Enquanto os homens ocu-
pam as primeiras posições nas listas (chapas) par-
tidárias dos maiores partidos e se transformam em