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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT5: REPRESENTAÇÃO POLÍTICA, JUVENTUDE E GÊNERO
e, consequentemente, na relação das mesmas
com seu meio e a compreensão das mesmas so-
bre as diversas formas de subjetividade existentes.
Método
: A pesquisa tem abordagem qualitativa. O
material empírico analisado foi construído a partir
de uma pesquisa participante junto às estudantes
secundaristas que compõem um coletivo feminista,
atuante no espaço escolar de uma IFE. Foram reali-
zadas observações participantes, diário de campo
e uma roda de conversa. Para construir a reflexão
nos apoiamos em duas autoras, Joan Scott (1995)
e Judith Butler (2010). Algumas das questões que
guiaram nossa reflexão foram: como as práticas do
coletivo abrem ou fecham as bordas para a entra-
da da alteridade, para a discussão sobre o que é
o “sujeito do feminismo”? Há espaço para rachar
essas bordas e potencializar outros discursos além
do binarismo? Como se preparam as participantes
para desenvolver práticas a partir do próprio cor-
po teórico de feministas?
Principais contribuições:
Pensando nas práticas do coletivo de estudantes
participante da pesquisa, é possível perceber que
seu foco de ação gira em torno do fortalecimen-
to e “empoderamento feminino”, bem como do
confronto a discursos machistas e sexistas. Entre-
tanto, quanto à realização de estudos e leituras
sobre teorias feministas e de gênero, as estudantes
do coletivo não apresentaram interesse específico,
atendo-se a discursos mais generalizantes, ou seja,
abordam as desigualdades entre homens e mulhe-
res e os estereótipos de gênero, mas sem delimitar
pautas mais específicas que isso. Esta abordagem,
de certa forma, contempla suficientemente suas in-
tegrantes e suas necessidades mais imediatas em
termos de lutas cotidianas. Porém, algumas delas
reconhecem que existe falta de representatividade
em seu ativismo, o que limita sua abordagem sobre