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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT5: REPRESENTAÇÃO POLÍTICA, JUVENTUDE E GÊNERO
CANDIDATOS VIÁVEIS VERSUS
CANDIDATAS INVIÁVEIS: A DISPARIDADE
DE GÊNERO NA REPRESENTAÇÃO
POLÍTICA EM CABO VERDE
Anilsa Sofia Correia Gonçalves
(Doutoranda do Departamento
de Ciência Política da USP)
Em Cabo Verde, as primeiras tentativas de
dar resposta aos problemas de desigualdade so-
cial que atinge a camada feminina remontam os
primeiros anos apôs à independência do país, em
1975. Entretanto, as mulheres tiveram pouca pre-
sença no campo cenário político do país duran-
te os quinze anos de partido único. Realçamos,
que nesse período foram realizadas três eleições:
1975, 1980 e 1985. Em 1975 somente uma mulher
foi eleito, num universo de 56 eleitos, representan-
do apenas 1,8% dos eleitos. Em 1980 cinco mulhe-
res (7,9%) ascenderam ao parlamento, dentre os
63 eleitos. E, em 1985 dez mulheres (12%) ocupa-
ram o cargo de deputada nacional ao lado de
81 deputados.
Apôs a abertura para o regime democrático
multipartidário, em 1991, foram criados incentivos
para aumentar o número de mulheres no parla-
mento nacional, ou seja, para fomentar a parida-
de entre os sexos. Todavia, vale realçar que em
Cabo verde, de modo geral, as políticas públicas
criadas para fomentar a paridade entre os sexos
na representação política, bem como as criadas
para resolver os problemas da violência contra as
mulheres ou outros problemas relacionados à ca-
mada feminina não foram resultados de lutas de