285
VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT5: REPRESENTAÇÃO POLÍTICA, JUVENTUDE E GÊNERO
mostrar que sua visão de mundo é coerente e legí-
tima, fazendo pressão contra o consenso ao mos-
trar outras realidades possíveis. O coletivo já propôs
atividades como: promoção de um abaixo-assina-
do contra o assédio e o bullying, já naturalizados
em certos espaços da escola; confronto e diálogo
com colegas que tiravam fotos invasivas de estu-
dantes; tentativa de promover um debate entre
os calouros homens a partir de um documentário
que aborda a masculinidade, entre outras ações.
Por vezes, tentam uma aproximação com estes
outros, de modo a buscar convencê-los a apoiar
suas causas, e em outros momentos enfatizam as
diferenças com relação a estes outros que se di-
zem contrários ao feminismo – talvez como forma
de fortalecer sua identidade enquanto coletivo e
angariar pessoas que já se identificam com suas
causas.
Conclusão
: As jovens ativistas participan-
tes da pesquisa promovem tanto o desconforto de
seus antagonistas, quanto o seu próprio, ao entrar
em contato ativamente com pessoas cujos ideais
e cujas práticas são assumidamente diferentes das
suas. Usam o conflito e a negociação com seus
outros, de forma persistente e consistente, porém
flexível, para mostrar que sua visão feminista de
mundo é justa e necessária, bem como para fa-
zer com que mais pessoas lutem a seu lado. Assim,
constroem um
eu
coletivo nas trocas constantes
com seus
outros
, em um constante movimento de
afastamento e aproximações. Como sugestão a
futuras pesquisas, entendemos que há necessida-
de de investigar mais sobre como as jovens veem
a alteridade dentro do coletivo em que atuam, ou
seja, como trabalham a dinâmica das semelhan-
ças e diferenças entre si. Igualmente, pensamos
que seria importante identificar como a crise polí-