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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT3:
GÊNERO, RAÇA E TRABALHO
O PAPEL DA MIDÍA NA DISCUSSÃO
DO TRABALHO ESCRAVO
CONTEMPORÂNEO: UMA ANÁLISE
DA REVISTA VEJA (2009-2017)
Antonielle Braga da Cunha
(UFRGS)
Julice Salvagni
(UFRGS)
Trata-se de uma pesquisa documental que
submeteu à análise de discurso as matérias da re-
vista Veja que versam sobre o trabalho análogo
ao escravo publicadas entre os anos de 2009 e
2017. O trabalho realizado em condição análo-
ga à de escravo “constitui uma séria violação de
direitos humanos que deve ser combatida com
todo vigor pelo Estado brasileiro” (DIEESE, 2015, p.
97). Contudo, no governo de Michel Temer (2017),
a noção de trabalho análogo ao escravo foi alvo
de uma tentativa de ressignificação por meio da
Portaria 1129/2017, que ameaçou reduzir o con-
ceito às situações de privação de liberdade e
não mais a condições degradantes. Pressionado
por órgãos multilaterais e tendo recebido uma ar-
guição do partido Rede Sustentabilidade, a por-
taria foi suspensa. A PEC (Proposta de Emenda à
Constituição) do trabalho escravo, que altera o
Art. 243, é uma política que reforça o combate
ao trabalho escravo, ao incluir que propriedades
rurais ou urbanas vinculadas a esta prática sejam
expropriadas.
As mídias de massa dominadas pelo capi-
tal, manipulam a compreensão e a mundividên-
cia das pessoas a respeito das coisas, impregnam