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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT3:

GÊNERO, RAÇA E TRABALHO

NO CORAÇÃO DA LOUCURA:

RESISTÊNCIA, PROTAGONISMO E

A LUTA DE NISE DA SILVEIRA

Julice Salvagni

(UFRGS)

Marília Veríssimo Veronese

(UNSINOS)

Marina Guerin

(UNSINOS)

Rayra Roncatto Rodrigues

(UNISINOS)

Analisamos trajetória de Nise da Silveira utili-

zando como dispositivo o conteúdo do filme

Nise:

no coração da loucura

(2015)

.

Com o objetivo de

problematizar as representações da mulher cons-

tituídas a partir das premissas de

louca

,

subversi-

va

e

incapaz,

utilizamos os elementos de sua vida,

narrados no filme, para discutir a maneira como

o saber médico e suas instituições de referência

operam como ferramentas que reforçam os este-

reótipos de gênero.

Ao uso das terapias vanguardistas e con-

tra hegemônicas – que utilizavam várias técnicas

artísticas, saídas de campo, troca de afetos com

animais como cães e gatos, - que não tinham

prestígio algum à época, soma-se o fato de Nise

ser mulher e ter sido presa política durante a di-

tadura Vargas. Ou seja, há no mínimo dois pon-

tos que dizem respeito à construção identitária da

Nise trabalhadora da saúde e que prejudicam sua

tentativa de mudança no espaço hospitalar: o de

ser mulher e o de posicionar-se à esquerda do es-