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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT3:

GÊNERO, RAÇA E TRABALHO

Dolores, participava mais ativamente da coope-

rativa, porém, depois que sua filha casou, os tra-

balhos domésticos passaram a ser exclusivamente

de sua responsabilidade, o que dificulta sua parti-

cipação em reuniões e na loja. Somando-se a este

rearranjo familiar, Dolores também é responsável

por acompanhar seu ex-marido em consultas mé-

dicas, realizadas em Barretos-SP. Já Ilda se afastou

da cooperativa após o nascimento de seu filho

por não ter com quem deixá-lo durante seu pe-

ríodo de expediente na loja e nas reuniões, atual-

mente a mesma retomou a produção e venda de

ecojoias e artefatos indígenas em uma feira local.

Por conta destas múltiplas jornadas de tra-

balho, nos dias em que alguma mulher está res-

ponsável pela abertura da loja, a mesma funciona

meio expediente, das 8:30 às 13:00. O único dia

que a loja funciona em período integral é quando

Geovani, o único homem participante da coope-

rativa atualmente, abre a loja.

Concluindo, os casos aqui apresentados

ilustram as dificuldades encontradas e as decisões

tomadas por essas associadas para dar conta das

dinâmicas de diferentes tipos de trabalho, o traba-

lho-cooperativa e trabalho-cuidado. Não se trata

de julgar suas decisões ou escolhas, mas de “[...]

pensar em conjunto diferentes relações sociais,

respeitando, simultaneamente, o fato de que elas

se constroem e de que são diferentes” (KERGOAT,

2016, p. 22). O trabalho das mulheres na coopera-

tiva é realizado em contiguidade com o trabalho

de cuidado e que elas discutem estratégias e ar-

ranjos que contemplem suas rotinas.

Palavras-chave:

Mulheres associadas. Trabalho-

-cooperativa. Trabalho-cuidado