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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT3: GÊNERO, RAÇA E TRABALHO
goria musical nos mostra na sociedade trazem à
tona a necessidade de a pesquisa acadêmica
aprender com as classes populares, e não o con-
trário, como acaba ocorrendo. A discussão so-
bre os estudos das ciências sociais e o sertanejo
atual evoca uma necessidade de se determinar
um novo termo linguístico que sirva para designar
a ação de representatividade das mulheres, que
“se expressa na busca de uma nova linguagem,
ou na produção de um contra discurso” (RAGO,
1998, p. 27). Essa mudança também fala a respei-
to da epistemologia, pois a produção acadêmica
ainda está calcada em um modelo antropocêntri-
co, eurocêntrico e centrado no protagonismo dos
homens nas mudanças sociais. Uma epistemolo-
gia feminista diz respeito à ética, foca-se na forma
pela qual o gênero influência em nossos concei-
tos de conhecimento e por isso a importância de
se apropriar de uma linguagem que se encontra
fora da academia para que se possa marcar nela
a possibilidade de um estudo, de um discurso e
de um reconhecimento das mulheres que fazem
história e, ainda, das que a contam. Nas grandes
mídias, portanto, já é possível observar o uso recor-
rente do termo
feminejo
, que abre uma gama de
possibilidades para entender o papel da mulher
na música e na sociedade. Esse termo não possui
apenas da relação da mulher na música, mas a
uma gama de comportamentos que ele evoca,
como o empoderamento das mulheres através da
tomada dos outros espaços que antes eram des-
tinados apenas aos homens. Ademais, “o corpo é
também o que dele se diz e aqui estou a afirmar
que o corpo é construído, também, pela lingua-
gem” (GOELLNER, 2003, p. 29). Para tanto, foi utili-
zado como metodologia de pesquisa a análise de