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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT3:

GÊNERO, RAÇA E TRABALHO

“FAZENDO” GÊNERO, TRADIÇÃO

E INOVAÇÃO A PARTIR DA ARTE

DO BARRO: INTERAÇÕES ENTRE

PESSOAS, COISAS E AMBIENTES

Adimilson Renato da Silva

(Doutorando Ciências Sociais Unisinos/

Pesquisador do Laboratório de Políticas

Culturais e Ambientais no Brasil-LapCAB)

Maria Cláudia Rodrigues

(Professora. Dra. Ciências Sociais ULBRA/

Pesquisadora do Laboratório de Políticas

Culturais e Ambientais no Brasil-LapCAB)

RESUMO:

Artesãs e artesãos, parceiros do/no Ofício

das Paneleiras de Goiabeiras, tecem suas relações

de parentesco, vizinhança, amizade tendo como

centralidade a produção de panela de barro pre-

ta. Moldar a panela abrindo o barro e dando-lhe

uma forma era coisa de mulher, de Paneleira. Os

homens encarregavam-se da extração (barro) e

coleta (casca de árvore de manguezal) da maté-

ria-prima, e entre tempos, recorriam à pesca nas

áreas alagadas pelo regime de marés oceânicas,

ambiente contíguo entre o rio que vê suas águas

crescerem pela entrada do mar e o manguezal re-

pleto de caranguejos e mariscos. Na voz de um dos

atores que acompanhamos em campo de pes-

quisa “sou filho de paneleira e neto e sobrinho de

pescador”. Adentrando a história desta arte com

o barro, no dia 25 de março de 1987, reuniram-se

no Esporte Clube Goiabeiras 57 paneleiras para dar

início a Associação das Paneleiras de Goiabeiras

(APG). Este episódio que marcou a gênese da or-

ganização formal da atividade paneleira na confi-

guração de associação, concorreu para potencia-