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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT3:

GÊNERO, RAÇA E TRABALHO

bilizados vários aspectos que permearam as expe-

riências de mulheres escravizadas, e a complexa

relação entre essas categorias de análise. A docu-

mentação tambémmostra que não existe uma es-

trutura universal de dominação da mulher, como

propunham alguns estudos feministas com a ideia

de opressão comum, exatamente porque não

existe uma categoria universal de mulher, análise

que algumas intelectuais já desenvolveram como

bell hooks

.

Para essa comunicação três processos

foram selecionados, e registram fragmentos das

trajetórias de Maria Rita, Maria e Mafalda, bem

como expõem a construção de gênero como sen-

do constituinte do sistema de opressão escravista,

juntamente com a categoria de raça e a explo-

ração do trabalho escravo. Assim, a articulação

dessas opressões tornou a experiência de escravi-

dão diferente para mulheres e homens. No que se

refere a observação dos processos citados, desta-

ca-se a análise da maternidade na condição ca-

tiva; a vulnerabilidade dessas mulheres à violência

de gênero sofrida nas diferentes configurações do

trabalho escravo, assim como na pratica das dife-

rentes masculinidades; as experiências amorosas

femininas, que ajudam a entender essas mulheres

não apenas do ponto de vista da exploração do

trabalho escravo, mas como seres humanos que

estabeleceram relacionamentos afetivos e foram

também motivados por eles, no exercício de hu-

manizá-las, ao tentar compreender as múltiplas

experiências que compõem suas trajetórias de

vida, sem recair sobre os extremos da vitimização

e da idealização. Os objetivos do projeto têm des-

velado diferentes perspectivas de análise, e assim,

construindo eixos para o desenvolvimento da dis-

sertação, sendo que a construção social da mu-