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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT3:
GÊNERO, RAÇA E TRABALHO
MASCULINIDADES MARGINALIZADAS
E TRÁFICO DE DROGAS
Betina Warmling Barros
(Mestranda em Sociologia UFRGS)
Em relação à temática dos jovens envolvi-
dos no mercado ilícito de drogas, os estudos da
sociologia no Brasil vêm avançando nas últimas
décadas na tentativa de melhor compreender a
complexidade do fenômeno. Em algumas dessas
investigações, traz-se a questão da masculinida-
de dos atores sociais do tráfico de drogas como
forma de auxiliar na explicação para a violência
exercida por eles. De qualquer forma, o uso das
relações de gênero como aporte principal para
trabalhar o assunto da violência urbana oriunda
do mercado ilícito de drogas no Brasil ainda é um
campo a ser melhor explorado.
Nesse sentido, propõe-se, no presente traba-
lho, traçar uma possibilidade de abordagem teó-
rica ao tema, sobretudo a partir da teoria de gê-
nero produzida por Connell (1995), da perspectiva
construída por Hooks (2004) e da investigação et-
nográfica de Bourgois (2003). Com isso, objetiva-se
a construção de uma proposta teórico-metodoló-
gica que localiza a violência urbana relacionada
ao tráfico de drogas em um sistema de relações de
gênero que situa os atores sociais desse fenômeno
(homens, jovens, moradores das favelas dos gran-
des centros urbanos e, em sua maioria, negros) a
partir do que propõe o conceito de “masculinida-
de marginalizada” (Connell, 1995).
Parte-se da premissa de que existem diver-
sos tipos de masculinidades disponíveis, as quais