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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT3: GÊNERO, RAÇA E TRABALHO

estabelecem padrões distintos de comportamen-

to sobre os quais esses jovens devem se basear

para agir conforme “homens aceitáveis”. Connell

define a masculinidade como sendo algo que é

simultaneamente “as práticas pelas quais homens

e mulheres engajam seus papéis de gênero e os

efeitos dessas práticas na experiência corporal,

na personalidade na e cultura” (CONNELL,1995, p.

71). A partir dessa concepção, a autora pensa as

relações entre as diversas masculinidades, sejam

elas de hegemonia, subordinação, cumplicidade

ou marginalização e aposta, portanto, em uma

masculinidade cuja hegemonia é historicamente

uma relação móvel (ibid., p. 77).

Connell argumenta que, para a manuten-

ção do sistema desigual do patriarcado, é preciso

que a) todos os homens – mesmo que de distin-

tas maneiras – obtenham um ganho em termos

de honra, prestígio e dividendos materiais (

ibid.,

p.

83); b) pelo uso da violência no sustento da domi-

nação dos homens diante das mulheres, e como

política de gênero entre os próprios homens. Essa

segunda forma de demonstração da violência de-

monstra-se, por exemplo, pelos episódios em que

as relações entre os homens são pautadas pela

violência, na medida em que ser violento é uma

forma de reivindicar ou de afirmar a sua própria

masculinidade diante dos demais sujeitos homens

do mesmo grupo. Seria o caso dos homens cujas

masculinidade marginalizadas não permitem que

eles exerçam sua dominação pela superiorida-

de intelectual ou econômica. A autora também

contextualiza o caso dos jovens que não podem

alcançar um trabalho estável que possibilite a

construção de uma masculinidade organizada

em modelos de classe trabalhadora, interrogan-