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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
disciplinar que trata de um bem coletivo que é o meio am-
biente. Atuar e Pesquisar EA é um ato de curiosidade episte-
mológica (Freire 1996), ou seja, exercício crítico na busca de
elementos para a investigação.
Segundo Foladori (2002)
Em um artigo publicado em 2000 (FOLADORI; TOM-
MASINO, 2000) argumentava-se que, até a década
de 90, o conceito de sustentabilidade social não era
utilizado com fins autênticos; pelo contrário, sua uti-
lização tinha o fim espúrio de encobrir o interesse
pela sustentabilidade ecológica. Colocado de outra
forma: para instituições internacionais como ONU, o
Banco Mundial e outras, a pobreza e/ou o incremen-
to populacional não são considerados problemas de
insustentabilidade por si próprios, senão na medida
em que causem insustentabilidade ecológica. Dois
exemplos facilitarão o entendimento. O primeiro
pode ser aquele, apontado por LÉLÉ, de camponeses
pobres que, pela falta de recursos, degradam o solo
provocando erosão. O problema de insustentabilida-
de nesse caso não é a pobreza
perse
, mas o resultado
da erosão do solo. Ou seja, embora considere-se a
pobreza um problema de insustentabilidade social,
o verdadeiro interesse está na (in)sustentabilidade
ecológica que provoca. O segundo exemplo é o do
crescimento populacional. Os pobres se reproduzem
mais; nesse caso, o problema de insustentabilidade
social é o crescimento da pobreza. Porém, o interes-
se não explícito mas evidente é de que o aumento
da população pressione os recursos e incremente os
resíduos. Tanto no primeiro como no segundo exem-
plo, a sustentabilidade social é utilizada na medida
em que se constitui um elemento que afeta a sus-
tentabilidade ecológica. Trata-se, evidentemente, de
uma sustentabilidade social “limitada”(Pág. 102)
Parece-nos, ainda, distante da realidade que a EA seja
pensada com um modalidade educação com prerrogativas
comprometidas com o tipo de sociedade e das relações que
esta mantém com a natureza. Ao tempo que compreen-
demos isso compreendemos que é preciso romper com as
classes dominantes como ditadoras da ordem de consumo
exagerado e supérfulo.