XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
“situações-limites”, as quais se apresentam como determi-
nantes históricas, provocando aos sujeitos uma adaptação à
realidade em que se encontram. Para o autor, no momento
em que, na ação, se instaura a percepção crítica irá “[...] se
desenvolver um clima de esperança e confiança que leva os
homens a se empenharem na superação das “situações-li-
mites´” (FREIRE, 2004, p. 91, grifo do autor).
Dessa maneira, a proposta freiriana indica que a per-
cepção dos temas geradores acabe por acontecer quando
os sujeitos, ao mesmo tempo, percebem que os temas estão
envolvidos e, ainda, envolvem as “situações-limites”, estabe-
lecendo uma dimensão crítica.
Freire (2004), quando aborda as “situações-limites”,
remete a Álvaro Vieira Pinto, autor esse o qual elaborou uma
discussão, sobre o tema, em relação à visão pessimista pro-
posta por Karl Jasper.
Para Pinto (1960, v.2), pensar a liberdade do ser huma-
no remete às condições de lugar e tempo nas quais as “situa-
ções-limites” estão vinculadas à criação de novas possibilida-
des de transformação, e não ao enclausuramento dessas.
É nessas condições que se aproximam as ideias de
Paulo Freire e Álvaro Vieira Pinto, quando os autores apon-
tam na direção de que os seres humanos, pela percepção
crítica, empenham-se na superação das “situações-limites”,
nas quais, com a esperança, constitui-se a consciência cole-
tiva, a qual não mais deseja ser aquilo que é.
Percebe-se que os seres humanos, diante das “situa-
ções-limites”, constroem um projeto de superação e, por
esse motivo, Freire e Pinto sinalizam o alerta de que esses
sujeitos estejam envolvidos e envolvam as “situações-limi-
tes”, para que somente dessa maneira o projeto de supera-
ção seja executado pelos “atos-limites”
10
.
Problematizados os temas geradores, Freire (2004)
argumenta sobre a importância da investigação temática.
10 Para Pinto (1960, v. 2), os “atos-limites” possuem por objetivo produzir
o rompimento dos limites, pois “[...] promovem o futuro, projetando-o e
projetando-se nele, na negação objetiva da ‘situação-limite’” (PINTO, 1960,
v.2, p. 285, grifo do autor).