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EIXO 6 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E ALFABETIZAÇÃO

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

por estar justamente situada no contexto de legitimação do

capitalismo, entendendo que a superação da alienação do

trabalho deve passar pela compreensão do modo econô-

mico vigente. Além disso, foi necessário também trazer à

realidade dos educandos trabalhadores, saberes que histo-

ricamente tornaram-se mercantilizados e distantes das clas-

ses populares, como nutrição, anatomia, desenvolvimento

motor, dentre outros, o que fez com que estes saberes cien-

tíficos pudessem ser apropriados pelos alunos e ressignifi-

cados nas suas práticas cotidianas.

A ruptura entre trabalho e educação nos mostra o

quanto a educação, no estágio de desenvolvimento do capi-

talismo em que nos encontramos, cumpre um papel de pre-

paração para o mercado de trabalho, tornando-se um pro-

duto mercadológico. Visto então que estes alunos ingres-

saram no mercado de trabalho já a bastante tempo, é difícil

de compreenderem que a educação ainda possa servir para

sua emancipação e autonomia. Segundo Meszáros (2008), o

impacto do capital na educação, além das questões estru-

turais, passa pela transmissão de valores dominantes, onde

na Educação Física, por exemplo, percebemos através de

características como o individualismo, a competição, a con-

corrência. Viemos, assim, nos questionando durante esta ex-

periência pedagógica, como romper com a lógica do capital

através da educação. Percebemos que uma prática interdis-

ciplinar, que parta da realidade dos alunos, aliando teoria

e prática, incide diretamente no cotidiano dos educandos,

fazendo com que percebam sentido naquilo que aprendem

e possam assim contribuir melhor na construção de novos

conhecimentos.

Segundo Jaqueline Ventura, a Educação de Jovens e

Adultos historicamente foi destinada aos subalternizados da

sociedade, e embora tenha gerado um aumento na certifi-

cação dos trabalhadores, não ampliou o acesso destes ao

conhecimento. A EJA até agora tem-se constituído como

um novo mecanismo de mediação do conflito de classes

e apoiada na noção de empregabilidade, competências e