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EIXO 6 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E ALFABETIZAÇÃO

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

efetivo é necessário partir da realidade dos educandos aos

quais são parte do processo pedagógico. Isso requer co-

nhecer suas realidades, elencar suas problemáticas e cons-

truir possibilidades de transformação, numa perspectiva

da

práxis,

uma relação indissociável entre teoria e prática.

Emergem assim no cotidiano do programa, aquilo que Paulo

Freire irá chamar de “

saberes de experiência feito

”, que tem

origem no senso comum, e que, partindo dele, produz no-

vos conhecimentos. Para Paulo Freire, “O que não é possível

[…] é o desrespeito ao saber de senso comum; o que não é

possível é tentar superá-lo sem, partindo dele, passar por

ele.” (FREIRE, 2015, p. 116).

Neste caminho pedagógico, ao longo das aulas fomos

descobrindo, professores e alunos, que partir da problemá-

tica

trabalho

seria a chave para a construção de novos sa-

beres com estes sujeitos. Partindo de suas tarefas cotidianas,

de seus modos de produzir riqueza, de seus relatos acerca

das relações trabalhistas, conseguiríamos reaproximá-los da

prática educativa de que outrora se distanciaram. Numa pers-

pectiva histórico-dialética, a noção de trabalho não é uma

ideia vaga ou estática, o trabalho humano atinge diferentes

formas e concepções ao longo da História. Segundo Paolo

Nosella, o trabalho que era sinônimo de tortura e castigo dos

corpos na Antiguidade e na Idade Média, passa a ser, no pro-

jeto da Modernidade, mercadoria, sendo os corpos colocados

à disposição para serem comercializados com os donos das

manufaturas e das fábricas. (NOSELLA, 2012).

Neste contexto de emergência do capitalismo, a edu-

cação é colocada a serviço dos interesses da burguesia, ten-

do a tarefa de aprimorar a força de trabalho para o mercado

e para as novas funções nas fábricas e nos serviços moder-

nos. A divisão do trabalho entre trabalho manual e traba-

lho intelectual, entre aqueles que executam e aqueles que

pensam, tem tratado de garantir os interesses do capital e

negar os conhecimentos e saberes produzidos pela própria

classe trabalhadora. Diante desse histórico, realizado junto

aos alunos trabalhadores, nos questionamos como romper