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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO
XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
os moradores da cidade estão sendo prometidos 450 em-
pregos, porém, para cada um (1) emprego prometido, serão
perdidos cinco (5) (BORBA apud SILVEIRA, 2016). Serão 20
anos de atividade exploratória de recursos primários, para
dar em troca à comunidade local, seculares anos de danos
ambientais. Ainda mais, em torno de tudo isso “Caçapava
do Sul (RS) ficaria com 65% de 2% do lucro líquido declara-
do pelas empresas mineradoras. Ou seja: a cada R$ 1. 000.
000, 00 formal, ingressariam nos cofres do Município R$ 1.
300. 00”
(BIRNFELD, 2016,
on-line
).
Caçapava do Sul é uma cidade localizada numa das
raras áreas ainda preservadas do Bioma Pampa, às margens
do Rio Camaquã. Ela é tanto para os estado, quanto para o
Brasil um ponto de referência de um patrimônio geológico,
paleontológico, por ser um lugar em que o rio contorna gi-
gantescas pedras rochosas e vastos campos (WEISSHEIMER,
2016). Também, às margens do Rio Camaquã, vivem comuni-
dades rurais, ciganas, indígenas e quilombolas. Para mostrar
a gravidade do caso, alguns representantes do ‘Comitê dos
Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa’ foram con-
vidados para compartilharem suas vivências e perspectivas
em relação à mineração na metade sul do RS, numa palestra
que ocorreu no III Simpósio de Sociologia da Universidade
Federal do Rio Grande - FURF, em agosto de 2017.
A seguir discorremos sobre a trajetória do minério que
será retirado da região de Camaquã, identificando os confli-
tos territoriais e sociais, os riscos e, sobretudo, a ganância de
empresários que não cessam de causar danos à populações
e meio ambiente.
O CAMINHO DO MINÉRIO DE CHUMBO, DA MINA AO
PORTO DO RIO GRANDE
Essa atividade exploratória de metais irá afetar diver-
sas cidades ao redor do Rio Camaquã, das quais: Caçapava
do Sul, Bagé, Pinheiro Machado, Santana da Boa Vista, Cris-
tal, Amaral Ferrador e Encruzilhada (WEISSHEIMER, 2016),
além de comunidades quilombolas e indígenas que ali vi-